quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

GRÉCIA ANTIGA - II


A CULTURA DA GRÉCIA ANTIGA
Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos) e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).


EDUCAÇÃO EM ATENAS

Em Atenas, apesar de as mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontrava-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategistas.
  • PAIDEIA: Inicialmente, a palavra paidéia (de paidos - criança) significava simplesmente "criação de meninos". Mas, como veremos, este significado inicial da palavra está muito longe do elevado sentido que mais tarde adquiriu.

    O termo também significa a própria cultura construída a partir da educação. Era o ideal que os gregos cultivavam do mundo, para si e para sua juventude. Uma vez que o governo próprio era muito valorizado pelos gregos, a Paidéia combinava ethos (hábitos) que o fizessem ser digno e bom tanto como governado quanto como governante. O objetivo não era ensinar ofícios, mas sim treinar a liberdade e nobreza. Paidéia também pode ser encarada como o legado deixado de uma geração para outra na sociedade.

    Um pedagogo - um escravo, na época - conduzia o jovem, com sua lanterna ilumina(dor)a, até aos centros ou assembléias, onde ocorriam as discussões que envolviam pensamentos críticos, criativos, resgates de cultura, valorização da experiência dos anciãos etc.

    Supõe-se que, no processo sócio-histórico, esse mesmo pedagogo libertou-se, talvez de tanto dialogar nos acompanhamentos do jovem até as assembléias, tornando-se um personagem da paidéia, e seu consuma(dor).

    Mas, se até então o objectivo fundamental da educação era a formação aristocrática do homem individual como Kalos agathos ("Belo e Bom"), a partir do século V a. C., exige-se algo mais da educação. Para além de formar o homem, a educação deve ainda formar o cidadão. A antiga educação, baseada na ginástica, na música e na gramática deixa de ser suficiente.

    É então que o ideal educativo grego aparece como paidéia, formação geral que tem por tarefa construir o homem como homem e como cidadão. Platão define paidéia da seguinte forma "(...) a essência de toda a verdadeira educação ou paidéia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento" (cit. in Jaeger, 1995: 147)

    Do significado original da palavra paidéia como criação de meninos, o conceito alarga-se para, no século IV a.C., adquirir a forma cristalizada e definitiva com que foi consagrado como ideal educativo da Grécia clássica.

    Como diz Jaeger (1995), os gregos deram o nome de paidéia a "todas as formas e criações espirituais e ao tesouro completo da sua tradição, tal como nós o designamos por Bildung ou pela palavra latina, cultura." Daí que, para traduzir o termo paidéia "não se possa evitar o emprego de expressões modernas como civilização, tradição, literatura, ou educação; nenhuma delas coincidindo, porém, com o que os gregos entendiam por paidéia. Cada um daqueles termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global. Para abranger o campo total do conceito grego, teríamos de empregá-los todos de uma só vez." (Jaeger, 1995: 1).

    Na sua abrangência, o conceito de paideia não designa unicamente a técnica própria para, desde cedo, preparar a criança para a vida adulta. A ampliação do conceito fez com que ele passasse também a designar o resultado do processo educativo que se prolonga por toda vida, muito para além dos anos escolares.

    A paidéia, vem por isso a significar "cultura entendida no sentido perfectivo que a palavra tem hoje entre nós: o estado de um espírito plenamente desenvolvido, tendo desabrochado todas as suas virtualidades, o do homem tornado verdadeiramente homem" (Marrou, 1966: 158).


JOGOS OLÍMPICOS
Um exemplo de atividade cultural comum entre os gregos foram os Jogos Olímpicos. A partir de 776 a.C., de quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas cidades reuniam-se em Olímpia para a realização de um festival de competições. Esse festival ficou conhecido como Jogos Olímpicos. Os jogos olímpicos eram realizados em honra a Zeus (o mais importante deus grego) e incluíam provas de diversas modalidades esportivas: corridas, saltos, arremesso de disco, lutas corporais. Além do esporte havia também competições musicais e poéticas.

Os Jogos Olímpicos eram anunciados por todo o mundo grego dez meses antes de sua realização. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à participação das mulheres, seja como esportistas, seja como espectadoras.

Os atletas que participavam das competições eram respeitados pelos gregos em geral. O prêmio para os vencedores era apenas uma coroa feita com ramos de oliveira colhidos num bosque consagrado a Zeus. Mas a sua glória era imensa. As cidades recepcionavam os vitoriosos com festas e homenagens. Poetas, como Píndaro, faziam poemas em sua homenagem, e o governo erguia-lhes estátuas.

Os Jogos Olímpicos da Idade Antiga foram celebrados até 393 d.C., quando o imperador romano Teodósio, que era cristão, mandou fechar o templo de Zeus em Olímpia, para combater cultos não-cristãos. Quinze séculos depois o educador francês Pierre de Fredy, o barão de Coubertin (1836-1937), empreendeu esforços para restaurar os Jogos Olímpicos. Sua "causa" obteve simpatia e adesão internacionais. Em 1896, foram realizados em Atenas os primeiros Jogos Olímpicos da época contemporânea. As atuais Olimpíadas, também realizadas de quatro em quatro anos, reunindo atletas de diversos países do mundo, procuram preservar o ideal de unir os povos por meio do esporte.


A ARTE DA GRÉCIA ANTIGA
Um dos mais expressivos monumentos do período antigo é o Partenon, templo com colunasdóricas, construído entre 447 e 438 a.C. na acrópole de Atenas, e dedicado à padroeira da cidade, Athenea Párthenos. A construção foi projetada pelos arquitetos Calícrates e Ictinos, e é comandada por Fídias. Suas linhas arquitetônicas serviram de inspiração para a construção de muitos outros edifícios em todo o mundo.

Por arte da Grécia antiga compreende-se as manifestações culturais de arte e arquitetura daquele país desde o início da Idade do Ferro (século XI a.C.) até o final do século I a.C. Antes disso (Idade do Bronze), a arte grega do continente e das ilhas (excetuando-se Creta, onde havia uma tradição diferente chamada arte minóica) é conhecida como arte micênica, e a arte grega mais tardia, chamada helenística, é considerada integrante da cultura do Império Romano (arte romana).

Os gregos, inicialmente um conjunto de tribos relativamente autônomas que apresentavam fatores culturais comuns, como a língua e a religião, instalaram-se no Peloponeso nos inícios do primeiro milênio antes de Cristo, dando início a uma das mais influentes culturas da Antiguidade.

Após a fase orientalizante (de 1100 a 650 a.C.), cujas manifestações artísticas foram inspiradas pela cultura mesopotâmica, a arte grega conheceu um primeiro momento de maturidade durante o período arcaico, que se prolongou até 475 a.C. Marcado pela expansão geográfica, pelo desenvolvimento econômico e pelo incremento das relações internacionais, assistiu-se nesta altura à definição dos fundamentos estéticos e formais que caracterizarão as posteriores produções artísticas gregas.

Após as guerras com os Persas, a arte grega adquiriu maior independência em relação às outras culturas mediterrânicas e expandiu-se para todas as suas colônias da Ásia Menor, da Sicília e de Itália (conjunto de territórios conhecidos por Magna Grécia).

Protagonizado pela cidade de Atenas, sob o forte patrocínio de Péricles, o último período artístico da Grécia, conhecido por Fase Clássica, estendeu-se desde 475 a.C. até 323 a.C., ano em que o macedônico Alexandre Magno conquistou as cidades-estados do Peloponeso.

As manifestações artísticas gregas, que conheceram grande unidade ideológica e morfológica, encontraram os seus alicerces numa filosofia antropocêntrica de sentido racionalista que inspirou as duas características fundamentais deste estilo: por um lado a dimensão humana e o interesse pela representação do homem e, por outro, a tendência para o idealismo traduzido na adoção de cânones ou regras fixas (análogas às leis da natureza) que definiam sistemas de proporções e de relações formais para todas as produções artísticas, desde a arquitetura à escultura.


ARQUITETURA GREGA
A arquitetura grega apresenta uma história igualmente longa e característica. Os gregos edificaram os seus primeiros templos no século VII a.C., influenciados pelas plantas das casas micênicas que apresentavam uma sala central rodeada de colunas. Os primeiros templos eram pequenas construções na forma de cabanas, feitas de madeira, cascalho ou tijolos de barro, algumas vezes com telhado de folhas. Os templos com colunas de pedras são raros antes do século VI a.C. A partir dai, os gregos concentraram as suas pesquisas estruturais num único sistema: o trílito (formado por dois pilares de apoio e por um elemento horizontal de fecho).

Na arquitetura, as formas variavam pouco de região para região. Os templos eram construídos com linhas retas retangulares, sem arcos nem abóbodas. O projeto era simples: uma construção de forma padronizada retangular sobre uma base ou envasamento de geralmente três degraus, com colunas no pórtico, na extremidade oposta ou em todos os seus lados e o entablamento de remate. O núcleo do templo era uma zona fechada, formada por uma ou mais salas, onde era colocada a estátua do deus. Este espaço era envolvido por pórticos com colunas que suportavam a cobertura de duas águas, construída normalmente em madeira e rematada por dois frontõestriangulares. Sendo as cerimônias realizadas ao ar livre, os arquitectos gregos preocuparam-se mais com a sua imagem exterior do que com o espaço interior, reservado aos sacerdotes. As estátuas e as paredes dos templos eram, muitas vezes, desenhadas, mas nada dessa arte chegou até nós.

Apesar da quase total normalização da forma do templo, existiram algumas exceções, como o templo de planta circular, designado por tholos, ou a substituição das colunas por estátuas femininas (cariátides) no pórtico lateral do Erectéion, outro dos templos erguidos na Acrópole de Atenas.

Os gregos não usavam o arco; suas construções, para produzirem efeito, dependiam dos fortes contrastes entre luz e sombra nas superfícies horizontais e verticais. Figuras esculpidas preenchiam o frontão de cada extremidade da construção e relevos apareciam nas vigas apoiadas pelas colunas. A escultura normalmente evocava a história de um deus ou herói do lugar. Frontões apresentando elaboradas cenas de ação foram encontrados nos templos de Egina (início do século V a.C.), Olímpia e no Partenon (meados do século V a.C.). Nos relevos, os artistas precisavam esculpir, em planos diferenciados por poucos centímetros, figuras que avançavam e recuavam no espaço. Este efeito foi brilhantemente alcançado no friso do Partenon de Atenas, onde cavaleiros são apresentados em grupos.

Este esquema tipológico foi concebido como um modelo que se repetiu indefinidamente por todo o território grego, assumindo algumas variações que dependiam fundamentalmente do sistema formal adotado. Na arte grega foram desenvolvidos três sistemas formais: a ordem dórica, a jônica e a coríntia. A ordem dórica era a mais simples. A jônica, mais esbelta, tinha um capitelvolutas. A ordem coríntia, que surge somente na época clássica, era ainda mais esbelta e ornamentada, sendo famosa pelo seu alto capitel em forma de sino invertido, decorado com folhas de acanto. No período arcaico eram usados os estilos dórico e jônico. O estílo coríntio apareceu mais tarde. O Pártenon e o Templo de Teseu são de estílo dórico. O Erectéion e o Templo de Atena Nike, ambos erguidos em Atenas, são de estilo jônico. decorado por duas

Os templos da Acrópole de Atenas, construídos no século V, representam o apogeu da arquitetura grega. O Parténon, reconstruído em 447 a.C., tornou-se no mais importante templo dórico da Grécia.

Outra das mais importantes invenções da arquitetura grega foi o teatro, geralmente construído na encosta duma colina, aproveitando as características favoráveis do terreno para ajustar as bancadas semicirculares. No centro do teatro ficava a orquestra, e ao fundo a cena, que funcionava como cenário fixo. Dos muitos teatros construídos pelos gregos destaca-se o famoso Teatro do Epidauro.


ARTES PLÁSTICAS GREGAS

A principal característica das artes plásticas gregas está no fato de serem essencialmente públicas, pois era o Estado que patrocinava as obras como fontes, praças, templos, etc. Mesmo quando encomendadas por particulares, eram freqüentemente expostas em locais públicos. Nas artes plásticas, evidencia-se a combinação do naturalismo (detalhes dos corpos, como, por exemplo, o vigor dos músculos) com a severidade e a regularidade do estilo.

Foram poucas as esculturas gregas que sobreviveram ao tempo. As obras atualmente conhecidas são cópias realizadas durante o período romano. Estatuetas de bronze sólido, retratando homens e especialmente cavalos, constituem os exemplos mais remotos de escultura grega.

As primeiras estátuas de pedra, quase do tamanho humano, datam de 650 a.C; são pesadas e unidimensionais. No início deste "período arcaico", o escultor representava superficialmente as feições e músculos, evitando cortar a pedra com profundidade. As estátuas do período arcaico revelam evidentes filiações na arte mesopotâmica, na arte egípcia e na arte da Ásia Menor. Nesta fase houve dois tipos de estátuas que tiveram especial divulgação: o Kouros e a Koré , a figura masculina e a feminina, respectivamemente, em pé, numa pose de grande rigidez e frontalidade. Naquela época as esculturas deveriam ter figuras masculinas nuas, eretas, em rigorosa posição frontal e com peso do corpo igualmente distribuido entre as duas pernas.

Os escultores do século VI e início do V a.C. estudaram as formas do corpo, elaborando gradualmente suas proporções. Na Grécia os artistas não estavam submetidos a convenções rígidas, pois as estátuas não tinham uma função religiosa, como no Egito. A escultura se desenvolveu livremente, tanto que as estátuas passaram a apresentar detalhes em todos os ângulos de vista, em vez de apenas no plano frontal. Nessa postura de procura de superação da rígidez das estátuas, o mármore mostrou-se um material inadequado: era pesado demais e se quebrava sob seu próprio peso, quando determinadas partes no corpo não estavam apoiadas. A solução para esse problema foi trabalhar com um material mais resistente. Começaram então a fazer esculturas em bronze, pois esse metal permitia ao artista criar figuras que expressassem melhor o movimento. As estátuas eram pintadas durante todo o período grego. Muitas delas, enterradas nas ruínas depois que os persas saquearam a Acrópole de Atenas, em 480 a.C., foram encontradas com a coloração preservada.

Às vitórias sobre os persas, no início do século V a.C., seguiu-se um estilo sombrio e grandioso, cuja expressão característica se encontra nas esculturas de Olímpia. Foi uma época de crescente naturalismo, durante a qual o escultor, seguro de seu domínio das formas humanas, começou a representar todos os tipos de ação. Um exemplo clássico é o Discóbolo de Míron, uma estátua de um atleta atirando o disco, executado por volta de 450 a.C. originalmente em bronze, mas sobreviveu apenas em cópias romanas em mármore. Na verdade, a maioria dos escultores deste período trabalhava com bronze fundido, oco, mas não perduraram as obras produzidas até o século V a.C. Poucos exemplares de tamanho natural sobreviveram, salvo cópias, mas existe um, de autor desconhecido, que deve estar entre os maiores: é o chamado deus do cabo Artemísio, e representa talvez Zeus ou Poseidon. Foi encontrado no fundo do mar, perto do cabo Artemísio, datando por volta de 470-460 a.C.

Fídias foi o mais importante escultor clássico. Foi protegido por Péricles para realizar em Atenas numerosos trabalhos. Entre 445 e 432 a.C., Fídias esculpiu as duas famosas e desaparecidas estátuas de Atena para o Partenon, além do Zeus de Olímpia. Elas são conhecidas apenas através de cópias e de descrições posteriores. Eram obras colossais, com adornos de marfim e ouro. As esculturas do Partenon mostram a grandeza do estilo e do desenho de Fídias, sua força esplendorosa, delicadeza e sutileza. Deve-se a este artista, ainda, os enormes frisos desse templo, actualmente expostos em Londres. Seu contemporâneo, Policleto de Argos, por volta de 440 a.C., esculpiu a estátua de um jovem empunhando uma lança, nas proporções que considerava ideais para a figura humana: o Doríforo, ou portador de lanças. Deixou também a estátua Diadúmeno. Míron, nascido em Elêuteras, na Beócia, rival de Polícleto, é o autor do célebre Discóbolo. Era perito em reproduções de animais, sendo famosa a Vaca de Míron.

No século V a.C., a emoção começou a tomar conta da figura completa e não apenas da sua face, que geralmente apresentava um semblante calmo. Os escultores do século IV a.C., como Escopas de Paros, esforçaram-se para representar o intelecto e a emoção através das feições do rosto, o que levou ao desenvolvimento dos retratos. Os primeiros idealizavam o modelo, representando mais um tipo do que um indivíduo. O caimento das roupas tornou-se dramático, com dobras onduladas complexas para obtenção de efeitos de luz e sombra, além de indicar as diferentes texturas. O corpo humano era suave e gracioso, mas faltava-lhe a força e a dignidade das obras anteriores. Essa última fase do período clássico assistiu às melhores criações de Lísipo e Praxíteles. Pode-se observar essas mudanças nas obras de Praxíteles (meados do século IV a.C.), que trabalhou principalmente com mármore. Salientam-se as famosas estátuas de Hermes e Dionísio Menino (330 a.C.) e a Afrodite de Cnidus, de 350 a.C.. Lísipo, autor do Apoxiomenos, foi um dos derradeiros escultores clássicos, tornando-se num dos principais representantes do estilo helenístico.


PINTURA GREGA
A pintura na Grécia Antiga começou como ornamento da arquitetura. Não era raro encontrar painéis pintados decorando paredes. Entretanto, foi na cerâmica que a pintura grega mais se destacou, tornando-se indissociáveis.

São famosos os vasos de cerâmica, usado para o transporte e armazenamento de líquidos e mantimentos, entre outros, harmoniosamente decorados. Os gregos nunca faziam vasos com propósitos simplesmente decorativos: sempre tinham em mente um propósito. Era uma arte utilitária. As ânforas panatenaicas, usadas como troféus nos jogos eram exceções a essa regra. A maioria dos ceramistas e pintores são geralmente identificados por seu estilo (Pintor de Berlim, etc..), visto que poucas obras eram assinadas pelos autores.

Percebe-se nas pinturas gregas de vasos a preocupação com a anatomia, pois o corpo humano foi um dos principais temas da arte grega. O modo de ver o corpo humano dos egípios era radicalmente oposto à visão da Pintura do Antigo Egito.

Das pinturas murais pouco restou, exceto algumas em tumbas dos séculos IV e III a.C., especialmente em Virgínia, na Macedônia.

PINTURA NA CERÂMICA GREGA
A história da pintura dos vasos gregos pode ser dividida estilisticamente em:

  • Estilo Protogeométrico – de aproximadamente 1050 a.C.;
  • Estilo Geométrico – de aproximadamente 900 a.C.;
  • Estilo Arcaico – de aproximadamente 750 a.C.;
  • Pinturas negras – do aproximadamente entre 700 a 600 a.C;
  • e Pinturas vermelhas – de aproximadamente 530 a.C..

Durante os períodos Protogeométrico e Geométrico a cerâmica grega foi decorada com projetos abstratos. Exemplos de obras deste período podem ser encontradas no sítio arqueológico de Lefkandi e no cemitério de Dypilon, em Atenas. Em períodos posteriores, com a mudança estética os temas mudaram, passando a ser figuras humanas. A batalha e cenas de caçada também eram populares. Em períodos posteriores, temas eróticos, tanto homossexual quanto heterossexual, tornaram-se comum.

Como na escultura, no Período Arcaico a pintura grega lembrava a egípcia, com todos os símbolos e detalhes usados de forma a simplificar o desenho, como os pés sempre de lado (são mais difíceis de serem desenhados vistos de frente) e os rostos de perfil com o olho virado para a frente (os olhos também eram complicados de se desenhar de perfil), além da firmeza e do equilíbrio comum a esta.

As pinturas representavam o cotidiano das pessoas e cenas mitológicas, como deuses e semideuses. A pintura grega de vasos basicamente conta histórias. Muitos vasos trazem episódios das aventuras contadas por Homero em sua Ilíada e Odisséia.

PINTURAS NEGRAS
Exéquias foi considerado o maior pintor de pinturas negras. Outros também se destacaram, como Cleitias e Sófilos). Neste tipo de cerâmica, os personagens da ânfora são pintados de preto, permanecendo o fundo com a cor natural da argila. Essas são as chamadas figuras negras. Após a pintura o contorno e o interior do desenho eram riscados com uma ferramenta pontiaguda, de forma que a tinta preta fosse retirada.

PINTURAS VERMELHAS
Em 530 a.C. ocorreu uma revolução na pintura de cerâmicas, surgindo as pinturas vermelhas. Um discípulo de Exéquias, o Pintor de Adokides, decidiu inverter o esquema de cores, ficando o fundo preto com as figuras da cor vermelha do barro cozido. Era uma cópia no antigo padrão, com praticamente os mesmos detalhes, mas com as cores invertidas. O Grupo Pioneiro, que usava a pintura vermelha, era composto de alguns dos melhores ceramistas da Grécia, tais como Eufrônio e Eutimidas. Com a evolução da técnica, surgiram várias escolas diferentes, cada uma delas com um estilo distinto: Pintor de Berlim, Pintor de Cleofrades, Douris, Onesimos, Pintor de Aquiles, Pintor de Niobid, Polignoto, Pintor de Cleofon. A última fase deste estilo é representada pelo Pintor de Meidias.

A produção de vasos em Atenas parou em cerca de 330 a.C. possivelmente devido ao controle de Alexandre, o Grande pela cidade. Contudo, a produção continuou em colônias gregas do sul da Itália.

GRÉCIA CLÁSSICA
O pintor mais significativo do período clássico primitivo (c. 475-450 a.C.) é Polignoto, considerado o primeiro a dar vida e caráter à arte da pintura. Nenhuma das pinturas de PolignotoPlínio deixou uma descrição de seu Discóbulo. Entre as pinturas gregas remanescentes do século IV a.C., a mais notável é O rapto de Perséfone, na parede de uma tumba do mesmo complexo funerário onde foi sepultado Filipe II da Macedônia, que morreu em 356 a.C.
chegou até nós, mas

A pintura grega desapareceu em grande parte, não restando hoje mais do que reduzidos vestígios. Restou pouco dos grandes murais gregos, exceto algumas notáveis pinturas de tumbasIII a.C., especialmente em Vergina, na Macedônia. Encontra-se, no entanto, alguma produção pictórica nas decoração de objectos utilitários, como vasos. dos séculos IV e

A produção de vasos decorados com figuras pretas, em forma de silhueta, associando motivos geométricos ou vegetalistas foi iniciada em Corinto, no século VII a.C. Mais tarde, durante a época clássica, Atenas assumiu-se um dos principais centros exportadores destes objetos, definindo uma tipologia diferente, na qual as superfícies dos vasos se tornam pretas, sendo as figuras pintadas em dourado (ou, mais raramente, em vermelho).

Embora não tenham ficado traços da obra de artistas como Zêuxis, sua influência pode ser acompanhada através de pinturas em vasos, praticada por artistas de grande habilidade.


OUTROS TIPOS DE ARTES PLÁSTICAS

Relevos em pedras semipreciosas atingiram a perfeição com o trabalho de Dexamenos no final do século IV e jóias bastante refinadas foram encontradas no sul da Itália (Magna Grécia) e no sul da Rússia.


O LEGADO DA ARTE GREGA
A arte grega não acabou com a conquista romana e mesmo com a transição do período antigomedieval, ela se desenvolveu como arte helenística e, depois, como arte bizantina, constituindo a base da arte na Europa ocidental. Sua influência duradoura se deve à racionalidade e ao equilíbrio, à sua tendência em privilegiar a estética do humano e da beleza.

O DIA DE HOJE NO PASSADO

ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS

  • 630 - O profeta e fundador do Islamismo, Maomé, destrói os ídolos do santuário de Kaaba em Meca.
  • 1580 - Iniciadas as Cortes de Almeirim que questionam o direito da nomeação de sucessor ao trono de Portugal.
  • 1610 - Galileu Galilei descobre Ganímedes, satélite de Júpiter.
  • 1689 - O Parlamento de Inglaterra depõe o rei Jaime II.
  • 1787 - O alferes Antônio José da Costa segue em viagem de desbravamento em direção a Lages cruzando o Rio Imaruí.
  • 1861 - Guerra civil americana: O Alabama separa-se da União.
  • 1866 - Naufraga no Golfo de Viscaya o barco de passageiros inglês London. Morreram afogadas 220 pessoas.
  • 1890 - Ultimato britânico de 1890: os ingleses intimam Portugal a retirar suas tropas do território compreendido entre Moçambique e Angola incluídos no conhecido Mapa cor-de-rosa.
  • 1913 - Proclamação da independência do Tibete.
  • 1916 - Os russos conquistam Erzurum, capital da Armênia turca.
  • 1918 - A Assembléia de Deus, maior denominação evangélica do mundo, é oficialmente registrada, em Belém do Pará, no Brasil.
  • 1920 - Navio francês que viajava para a África afunda perto de La Rochelle com 553 pessoas a bordo.
  • 1922 - Pela primeira vez a insulina é utilizada em humanos para o tratamento de diabetes. O paciente é um canadense de 14 anos.
  • 1929 - É implantada na URSS a jornada de trabalho de 7 horas.
  • 1934 - Nathan Homer Knorr eleito membro da Directoria da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Nova Iorque, Inc.
  • 1935 - Amelia Earhart é a primeira pessoa a fazer um vôo solo do Havaí à Califórnia.
  • 1942 - Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão declara guerra à Holanda.
  • 1946 - Enver Hoxha proclama a República Popular da Albânia após a queda do rei Zog.
  • 1954 - Primeira reunião entre soviéticos e americanos sobre a proibição de armas atômicas.
  • 1957 - Chuvas torrenciais na ilha de Palma ocasionam a morte de 28 pessoas, vários feridos e grandes perdas econômicas.
  • 1959 - Forças do Vietnã do Norte invadem o Laos.
  • 1960 - Começa a construção, no Egito, da gigantesca represa de Assuã, no Rio Nilo.
  • 1962 - Inauguração do Concílio Vaticano II, que atualizou estruturas e doutrinas da Igreja Católica.
  • 1963 - A primeira discoteca do mundo foi inaugurada nos Estados Unidos. Seu nome era The Whisky-a-gogo.
  • 1964 - O Panamá corta relações diplomáticas com os Estados Unidos. As negociações entre os dois países sempre foram conturbadas por causa do uso do canal, que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico.
  • 1966 - Começa no Rio de Janeiro uma chuva que dura 72 horas ininterruptas. A cidade fica em estado de calamidade pública e 200 pessoas morreram.
  • 1969 - Dom Gabriel, sem deixar o cargo de Bispo de Jundiaí, toma posse e governou a Diocese de Bragança Paulista até 7 de Março de 1971.
  • 1973 - Editado o novo Direito Processual Civil brasileiro.
  • 1976 - Uma junta militar composta por três homens toma o poder do presidente Guillermo Rodriguez Lara no Equador.
  • 1977 - A França causa polêmica ao libertar Abu Daoud, um palestino suspeito do massacre de atletas israelenses nas Olimpíadas de 1972.
  • 1982 - Andaluzia e Astúrias se tornam comunidades autônomas.
  • 1984 - Exibição de mísseis soviéticos SS-20, de alcance médio, na Alemanha Oriental.
  • 1984 - Salvador Dali anuncia a criação da Fundação Gala-Salvador Dali e a doação de 621 obras suas.
  • 1987 - A Europa passa por um inverno muito rigoroso. Em uma semana, o frio faz 70 vítimas, 49 delas na URSS.
  • 1989 - Um acordo assinado entre 140 países na Convenção para a Proibição de Armas Químicas acaba com esse tipo de armamento. A prática, no entanto, só passa a vigorar em 1997.
  • 1991 - Tropas soviéticas invadem prédios em Vilna, capital da Lituânia, para impedir um movimento de independência no país.
  • 1994 - Com o fim do Pacto de Varsóvia e a fusão da OTAN em reunião havida em Bruxelas, governos envolvidos criam a Associação para a Paz, que integrará os países do extinto Pacto de Varsóvia.
  • 1994 - O governo irlandês anuncia o fim da censura ao movimento terrorista IRA e seu braço político, o Sinn Fein.
  • 1996 - O parlamento japonês elege Ryutaro Hashimoto como seu novo primeiro-ministro.
  • 1996 - O primeiro-ministro da Itália, Lamberto Dini, anuncia a sua renúncia.
  • 2006 - Pesquisas adiantam que o provável substituto de Ariel Sharon, seja Ehud Olmert, do Kadima, mesmo partido fundado por Sharon.
  • 2006 - Evo Morales visita o bispo sul-africano Desmond Tutu.
  • 2006 - Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti: o Instituto Médico Legal (IML) de Brasília divulga laudo no qual o general Bacellar cometera suicídio.

NASCIMENTOS
  • 1359 - Go-Kameyama, 99º imperador do Japão.
  • 1788 - William Thomas Brande, químico britânico (m. 1866)
  • 1815 - John Alexander Macdonald, Primeiro-ministro do Canadá (m. 1891)
  • 1842 - William James, filósofo e psicólogo estadunidense (m. 1910)
  • 1864 - Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, um dos primeiros homens a voar num balão (m. 1902)
  • 1890 - Oswald de Andrade, escritor modernista brasileiro (m. 1954)
  • 1905 - Manfred B. Lee, escritor norte americano (estadunidense) (m. 1971)
  • 1906 - Albert Hofmann, cientista suíço, e conhecido como o "pai" do LSD
  • 1923 - Jacqueline Maillan, actriz francesa (m. 1992) / Stanislaw Ponte Preta, escritor brasileiro (m. 1968)
  • 1924 - Roger Guillemin, endocrinologista francês
  • 1926 - Aaron Klug, lituano e Nobel da Química
  • 1934 - C.A.R. Hoare, cientista da computação britânico
  • 1934 - Jean Chrétien, advogado e 20º Primeiro-Ministro do Canadá
  • 1935 - Gerson Coutinho da Silva, radialista brasileiro (m. 1981)
  • 1942 - Joel Zwick, diretor de cinema estadunidense.
  • 1945 - António Homem Cardoso, fotógrafo, escritor português
  • 1945 - Geraldo Azevedo, compositor, cantor e violonista brasileiro
  • 1946 - Stuart Angel Jones, professor e estudante brasileiro-estadunidense (m. 1971, torturado político)
  • 1948 - Al Berto, poeta e editor português (m. 1997)
  • 1958 - Gil Jardim, músico brasileiro
  • 1960 - Stanley Tucci, ator estadunidense
  • 1964 - Patrícia Pillar, atriz brasileira
  • 1969 - Maurício Lopes, DJ brasileiro
  • 1971 - Mary J. Blige, cantora de soul/R&B norte-americana
  • 1972 - Amanda Peet, atriz estadunidense
  • 1974 - Jens Nowotny, futebolista alemão
  • 1979 - Michael Duff, futebolista irlandês
  • 1980 - Geovanni Deiberson Maurício, futebolista brasileiro do clube Sport Lisboa e Benfica
  • 1983 - Adrian Sutil, automobilista alemão
  • 1984 - Milena Toscano, atriz brasileira

FALECIMENTOS
  • 314 - Papa Melquíades, o 32º papa.
  • 705 - Papa João VI, o 85º papa.
  • 844 - Papa Gregório IV, o 102º papa.
  • 1801 - Domenico Cimarosa, compositor italiano (n. 1749)
  • 1882 - Theodor Schwann, biólogo alemão (n. 1810)
  • 1900 - José Antônio Pereira, desbravador brasileiro, fundador da cidade de Campo Grande. (n. 1825)
  • 1989 - José Luis Bustamante y Rivero, foi presidente do Peru (n. 1894).
  • 1941 - Emanuel Lasker, jogador de xadrez e matemático alemão (n. 1868)
  • 1950 - Karin Michaëlis, escritora dinamarquesa (n. 1872)
  • 1966 - Alberto Giacometti, artista plástico suíço (n. 1901)
  • 1988 - Isidor Isaac Rabi, físico estadunidense (n. 1889)
  • 1991 - Carl David Anderson, físico estadounidense (n. 1905)
  • 1996 - Ênio Silveira, sociólogo brasileiro (n. 1925)
  • 2003 - Jorge Lafond, ator, transformista e comediante brasileiro (n. 1953).
  • 2004 - Xenofón Zolótas, foi primeiro-ministro da Grécia (n. 1904).
  • 2005 - Fabrizio Meoni, motociclista de enduro italiano (n. 1957)



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