sábado, 5 de janeiro de 2008

AMORITAS, ASSÍRIOS E CALDEUS

AMORITAS

A Mesopotâmia, após a destruição da civilização dos sumérios-acadianos, ficou dividida em vários Estados por mais de dois séculos. Os amoritas, ou antigos babilônios, povos semitas vindos do deserto sírio-árabe, haviam se estabelecido na cidade da Babilônia, que, com o tempo, converteu-se em importante centro comercial, devido a sua localização privilegiada. A antiga Babilônia está situada a aproximadamente 75 quilômetros da moderna Bagdá. Um império foi estabelecido em 1894 a.C. por Amoreu Sumuabum (criador da I dinastia amorreana) e expandido por seus sucessores. As disputas entre a Babilônia e as demais cidades-estados mesopotâmicas, além de outras invasões, resultaram numa luta ininterrupta até o início do século XVIII a.C., quando Hamurábi, sexto rei da dinastia, realizou a completa unificação, fundando o Primeiro Império Babilônico.
O novo rei deu início a uma bem-sucedida política expansionista. O Reino da Babilônia estendeu suas fronteiras do Golfo Pérsico para além das fronteiras da moderna Turquia, e dos montes Zagros, no leste, ao rio Khabur, na Síria. A partir dessas conquistas, a preocupação de Hamurabi não foi mais a expansão territorial e sim a preservação das terras conquistadas, que tanto eram atacadas por povos vizinhos como também se revoltavam contra o domínio da Babilônia.
A formação do império Babilônico assinalou o fim político da civilização suméria, mas não cultural. Com exceção do idioma, eles adotaram o sistema educacional, a escrita, a arte, a literatura e boa parte da religião dos vencidos.
Foi durante o governo de Hamurábi que ocorreu o maior desenvolvimento da agricultura de regadio, realizada mediante o emprego e construção de grandes canais de irrigação controlados pelo Estado. A construção desses canais exigia multidões de trabalhadores e grande quantidade de materiais, que deveriam ficar sobre controle e fiscalização de um governo centralizado. Isso contribuiu para o surgimento de uma monarquia cada vez mais poderosa e autoritária, de caráter teocrático, isto é, com o poder político ligado ao religioso.
Já nessa fase, a economia e a sociedade começaram a sofrer mudanças em relação ao milênio anterior. A organização econômica baseada nos templos e palácios sempre foi fundamental. Os palácios e templos possuíam vastas extensões de terra, praticavam o comércio e dispunham de oficinas artesanais bem aparelhadas. Os templos entregavam suas terras à exploração de arrendatários, recebendo por isso uma parte da produção. Também os artesãos trabalhavam ligados aos templos, pois não existem provas de corporações de artesãos independentes. Não havia mercado e todo o comércio era feito nas dependências dos templos e palácios. Os sacerdotes e os funcionários estatais submetiam as comunidades locais ao pagamento de tributos, à prestação de trabalhos forçados para a construção de obras públicas, canais de irrigação e ao serviço militar obrigatório.
No período de Hamurábi, houve um certo desenvolvimento da propriedade privada e do comércio. Propriedades agrícolas foram doadas a funcionários públicos, sacerdotes e até mesmo a determinados arrendatários. Entretanto, todas essas atividades privadas sempre permaneceram sobre controle estatal. Os mercadores, por exemplo, formavam uma corporação subordinada ao Estado, e o comerciante era uma mistura de funcionário publico e mercador privado: comprava a mando do rei e colaborava na cobrança de taxas.
Rapidamente, a capital babilônica transformou-se num dos principais centros urbanos da Antiguidade, sediando um grandioso império e convertendo-se no eixo cultural do Crescente Fértil. A principal realização cultural desse período foi o Código de Hamurábi, baseado no direito sumério, que tinha por finalidade consolidar o poder do Estado e adequá-lo ao desenvolvimento de uma economia mercantil. Hamurábi estabeleceu uma sólida intervenção do Estado na economia pois havia regras de trabalho, normas comerciais e até valores para a compra e venda de animais e aluguéis de terras, entre outras.
Hamurábi também empreendeu uma ampla reforma religiosa, transformando o deus Marduk, da Babilônia, no principal deus da Mesopotâmia, mesmo mantendo as antigas divindades. A Marduk foi levantado um templo junto ao qual foi erguido o zigurate de Babel, citado no livro de Gênesis (Bíblia) como uma torre para se chegar ao céu.
Após a morte de Hamurábi, o Império entrou em decadência devido às diversas conspirações contra seus sucessores, às revoltas das cidades dominadas e dos camponeses empobrecidos pelos altos impostos cobrados e à sobrecarga de trabalhos obrigatórios. Aproveitando dessa franqueza, os cassitas, povo indo-europeu que ainda possuía uma organização tribal e vivia a leste do rio Tigre, invadiram a Baixa Mesopotâmia e ai permaneceram, aproximadamente, por 400 anos, até serem suplantados pelos assírios.


OS ASSÍRIOS

A Assíria foi um reino que se formou na região montanhosa do alto Tigre, ao norte da Mesopotâmia, expandindo-se posteriormente por terras Oriente Próximo. O nome também pode designar a região em que se desenvolveu a civilização assíria.

EVOLUÇÃO POLÍTICA
Segundo as teorias bíblicas, os assírios seriam descendenes de Assur, o segundo filho de Sem e neto de Noé. Entretanto, tal teoria carece de maiores elementos confirmadores, de modo que a origem desse povo da Antiguidade tem sido explicada pela arqueologia.
Por volta de 2000 a.C., em meio a um grande movimento de indo-europeus vindos do Cáucaso, os assírios estabeleceram-se na região do alto Tigre.
Durante o segundo milênio a.C., os assírios foram dominados seguidamente pelos mitanianos (ver Mitani) e pelos amoritas da Babilônia.
No século XIV a.C., com o declínio de Mitani, os assírios reconquistaram grande parte de seus territórios.
Já no século XIII a.C., os assírios, sob Tukulti-Ninurta I (1242 a.C. - 1206 a.C.), libertaram-se da Babilônia.

Por volta de 1200 a.C., ocorreu um novo grande movimento migratório de indo-europeus. No Egito, foram contidos pelos faraós Meneptah (1235 a.C. - 1224 a.C.) e Ramsés III (1198 a.C. - 1166 a.C.). Na Grécia, geraram um grande processo de dispersão. Na Ásia Menor, causaram o declínio dos hititas. Na Mesopotâmia, geraram a agitação dos arameus, que terminaram por invadir a Babilônia e a Assíria por volta de 1047 a.C.. Relatos da época dizem-nos que os assírios refugiavam-se em “terras inimigas” escapando “da míngua, da fome e da miséria”. Os templos ficaram em ruínas, e a interminável guerrilha contra os nômades teria alterado o caráter da Assíria, transformou-a em uma nação de guerreiros cruéis e bem adestrados, com um poderoso exército, que, em pouco tempo, abalou todo o Oriente Médio.
Por volta de 830 a.C., no reinado de Salmanasar III, os arameus foram subjugados e a eles foi imposta uma cobrança tributária.


O IMPÉRIO ASSÍRIO
Em 729 a.C., no reinado de Tiglath-Pileser III ou Teglatefalasar III (746 a.C. - 727 a.C.), os assírios conquistaram a Babilônia. Teglatefalasar III também conteve a expansão da Média no oriente e tentou sem sucesso conquistar o reino de Urartu, situado no Ararat.
Israel foi conquistada no primeiro ano do reinado de Sargão II (721 a.C. - 705 a.C.). Cerca de 27.000 israelitas foram deportados. Em 715 a.C., foi a vez da Média ser conquistada. Sargão II ainda conquistou a Síria.
Seu sucessor, Senaquerib (705 a.C. - 681 a.C.), transferiu a capital de Assur para Nínive. De acordo com os livros bíblicos de II Reis, II Crônicas e do profeta Isaías, admitido no cânon do Antigo Testamento, Senaquerib teria buscado conquistar Judá, cercando a cidade de Jerusalém. No entanto, a Bíblia relata que Senaquerib fracassou em sua tentativa militar e, ao retornar para Nínive, foi assassinado por dois de seus filhos.
Então, Senaquerib, rei da Assíria, partiu, e foi; e voltou e ficou em Nínive. E sucedeu que, estando ele protado na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Serezer, seus filhos, o feriram à espada; porém eles escaparam para a terra de Ararate; e Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar. (II Reis 19:36-37)
Na época, que nasceu o sucessor de Senaquerib, Aoth Fezim, que seria um Nobre Tiefling rico que pensava alto, modernizou por vários anos a cidade de Nínive.
O filho e sucessor de Senaquerib foi Esarhaddon, também conhecido por Assaradon (681 a.C. - 669 a.C.), que expandiu seus domínios ao Nilo, estabelecendo sobre o Egito uma dominação inicialmente precária, tendo também reconstruído a Babilônia que fora destruída por seu pai, a qual pode ter se tornado a nova capital do Império Assírio durante algum período.


A QUEDA
Assurbanipal (669 a.C. - 631 a.C.), não obstante gostar de exaltar sua selvageria e impiedade sobre os povos vencidos, não conseguiu evitar que o Egito, em 653 a.C., efetivasse sua emancipação. À independência do Egito, seguiram-se rebeliões na Fenícia, na Babilônia e no Elam.
No entanto, sabe-se que Assurbanipal foi o rei que mandou criar a biblioteca de tábuas de barro na Babilônia, a Biblioteca Real de Assurbaníbal, com obras escritas em linguagem cuneiforme, em que, tendo muitas delas sido preservadas até os dias atuais, permitiram aos arqueólogos descobrir muitos aspectos da vida política, militar e intelectual desta grande civilização e na investigação dos textos bíblicos.
Em 625 a.C., os caldeus tomaram a Babilônia e conquistaram sua independência. Ciáxares, rei da Média, em aliança com o rei dos caldeus, invadiu Assur em 615 a.C. e, em 612 a.C., tomou Nínive, pondo fim ao Estado assírio.


ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA E CULTURAL
Formou-se na Assíria, ao longo do tempo, um corpo burocrático bastante eficiente. Muitos deles eram epônimos, e, portanto, davam nome ao ano. O rei era, em geral, o epônimo do primeiro ano. Seguia-se a ele, assim, uma série de epônimos, em critério de hierarquia. Tal sistema constitui um elemento de grande importância para os historiadores no processo de datação.
A política externa assíria era conhecida por sua brutalidade para com os inimigos. Em muitos casos, atos de selvageria por parte do império assírio foram empregados com o fim de persuadir seus inimigos a se entregarem sem luta. Registros escritos da época demonstram o temor dos povos adjacentes ao terror assírio. Os governantes assírios caracterizaram-se também pelo tratamento despendido aos povos conquistados. Para evitar movimentos rebeldes nas regiões conquistadas, os povos vencidos eram capturados, removidos de suas terras, e distribuídos entre as cidades do império, diluindo seu poder. Nativos assírios e inimigos capturados de outras regiões eram encorajados a ocupar as áreas conquistadas. Esta prática mostrou-se particularmente eficiente, e foi mantida pelos babilônicos no período subseqüente.
Assim, como na maioria dos Estados que se desenvolveram no Crescente Fértil, os reis assírios exerciam um poder autocrático, sendo considerados inclusive intermediários entre os deuses e o povo. A partir do reinado de Teglatefalasar III, foram instaladas guarnições permanentes nos países dominados.
A religião seguia as bases dos cultos realizados pelos sumérios. Cada cidade era devota de um deus específico (ao qual se associava a sua criação e proteção), e os deuses mais importante do panteão assírio dependiam do grau de influência de suas cidades na política interna. Assur era o principal deus assírio. Os zigurates permaneceram como o centro cultural, religioso e político das cidades assírias.



OS CALDEUS

A Caldéia (br.) ou Caldeia (pt.) era uma região no sul da Mesopotâmia, principalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é usado para se referir a toda a planície mesopotâmica. O nome em Hebraico é כשדים Kaśdîm, normalmente traduzido como "Caldeus" (Livro de Jeremias 50:10; 51:24,35).
A região da Caldéia é uma vasta planície formada por depósitos do Eufrates e do Tigre, estendendo-se a cerca de 250 quilômetros ao longo do curso de ambos os rios, e cerca de 60 quilômetros em largura.
Os Caldeus foram uma tribo (acredita-se que tenham emigrado da Arábia) que viveu no litoral do Golfo Pérsico e se tornou parte do Império da Babilônia.
No Antigo Testamento da Bíblia há várias citações sobre esse povo que, sob o comando de Nabucodonosor II teria destruído Jerusalém e levado o povo judeu para o cativeiro babilônico que durou cerca de 70 anos.
Após este período, os caldeus são vencidos pelos persas e a Babilônia dominada por Ciro.




O DIA DE HOJE NO PASSADO

ACONTECIMENTOS HISÓRICOS
1298 - Ouguela tem foral concedido por D. Dinis
1477 - Luís XI derrota e mata o Duque de Borgonha Carlos, o Temerário em Nancy, Lorena, e anexa definitivamente aquela região ao domínio francês.
1634 - Primeira tipografia no Brasil
1775 - Mesmer publica em jornais e panfletos uma Carta a um médico estrangeiro, esclarecendo a terapia do magnetismo animal.
1785 - Dona Maria I de Portugal promulga alvará que coíbe a proliferação de indústrias no Brasil
1825 - Alexandre Dumas pai, aos 23 anos, participou de seu primeiro duelo. O autor de Os Três Mosqueteiros encheu suas obras com estas lutas. Dumas não se machucou seriamente, mas suas calças caíram durante o duelo.
1867 - Foi inaugurada a "Maxabomba" do Recife, primeiro trem urbano da América Latina.
1895 - Caso Dreyfus: os galões de oficial de Alfred Dreyfus são retirados numa cerimónia humilhante e este é condenado à prisão perpétua na Ilha do Diabo.
1896 - Um periódico austríaco informa que Röntgen tinha descoberto um novo tipo de radiação (Raio-X).
1911 - Alberto I concede a Mónaco a sua primeira Constituição.
1919 - Fundação do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, cujo militante número 7 foi Adolf Hitler.
1933 - A construção da Ponte Golden Gate é iniciada.
1940 - Foi realizada a primeira demonstração do rádio FM, nos Estados Unidos.
1948 - Publicado o Relatório Kinsey.
1983 - Barão de Tefé, navio oceanográfico brasileiro, desembarca na Antártida / Marcelo Rubens Paiva lançou Feliz Ano Velho, livro que conta a história da época em que o autor ficou paraplégico. A obra teve 700 mil exemplares vendidos.
1984 - Comício pelas Diretas Já em São Paulo
1988 - O dono do maior bigode do mundo, 2 metros e 35 centímetros foi assassinado e decapitado em Rajastão, na Índia, onde ocorre uma acirrada disputa pelo posto.
1997 - Rússia remove suas forças militares da Chechênia
1998 - João Acácio Pereira da Costa, o Bandido da Luz Vermelha, famoso criminoso dos anos 60, foi assassinado pelo pescador Nelson Pinseghuer.
1999 - O presidente americano Bill Clinton anunciou a flexibilização da restrição comercial contra Cuba.
2005 - A jornalista do jornal francês Libération Florence Aubenas é seqüestrada no Iraque


NASCIMENTOS
1762 - Constanze Weber, esposa do compositor Mozart (m. 1842)
1801 - Passos Manuel, político português (m. 1862)
1855 - Raimundo Teixeira Mendes, positivista, religioso, vice-Diretor da Igreja Positivista do Brasil e autor da bandeira nacional do Brasil (m. 1927)
1865 - Julio Garavito Armero, astrônomo e economista colombiano (m. 1920)
1874 - Joseph Erlanger, fisiologista estadunidense (m. 1965)
1876 - Konrad Adenauer, político alemão (m. 1967)
1912 - Abbé Pierre, sacerdote francês fundador do Movimento Emaús (m. 2007)
1915 - Humberto Teixeira, músico e compositor brasileiro (m. 1979)
1920 - Carmem Costa, cantora brasileira. / Hermínio Correa de Miranda, pesquisador e escritor espírita brasileiro
1921 - Friedrich Dürrenmatt, escritor e dramaturgo suíço(m. 1990)
1930 - Carlos Aboim Inglez - intelectual comunista português (m. 2002)
1931 - Robert Duvall, ator e diretor de filmes estadunidense. / Nuno Castel-Branco, médico português (m. 2003)
1932 - Umberto Eco, escritor e filósofo italiano
1938 - Rei D. Juan Carlos de Espanha.
1941 - Miyazaki Hayao, cineasta japonês, criador de anime
1946 - Diane Hall ou, como é mais conhecida, Diane Keaton, atriz estadunidense
1965 - Vinnie Jones, ator estadunidense
1969 - Brian Warner ou, como é mais conhecido, Marilyn Manson, jornalista e cantor do grupo homônimo


FALECIMENTOS
1066 - Rei Eduardo o Confessor de Inglaterra (n. ca.1004)
1393 - São João Nepomuceno, santo patrono da Bohemia.
1477 - Carlos, Duque da Borgonha, conhecido também como Carlos, o Temerário (n. 1433)
1589 - Catarina de Medici, rainha consorte de França (n. 1519)
1711 - Manuel Botelho de Oliveira, advogado, político e poeta barroco brasileiro (n. 1636)
1762 - Isabel Petrovna, Imperatriz da Rússia (n. 23 de Dezembro de 1709)
1910 - Léon Walras, economista francês (n. 1834)
1922 - Ernest Henry Shackleton, explorador irlandês (n. 1874).
1929 - Nikolai Nikolaevich Romanov, Grão-Duque da Rússia (n. 1856)
1936 - Ramón María del Valle-Inclán, escritor espanhol (n. 1866)
1941 - Amy Johnson, mulher britânica pioneira na aviação (n. 1903)
1943 - George Washington Carver, botânico afro-americano (n. 1864 ou 1865)
1970 - Max Born, físico alemão naturalizado americano (n. 1882)
1981 - Harold Clayton Urey, químico estadunidense (n. 1893)
1998 - Sonny Bono, produtor discográfico, cantor, ator e político estadunidense (n. 1935)
2001 - Aldo César, ator e dublador brasileiro
2007 - Momofuku Ando, criador do macarrão instantaneo.

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